NOTA DA
DIOCESE DE PATOS SOBRE AS ELEIÇÕES MUNICIPAIS
E A
PARTICIPAÇÃO DO CLERO
Achamos por bem tornar publico em nota a impressa da
cidade de Patos alguns esclarecimentos, sobre a declaração partidária do Pe.
Jorge Luís Costa veiculada no guia eleitoral da última quarta feira (5 de
setembro) para as eleições municipais:
1)
Não é missão da Igreja “indicar” aos seus fiéis partidos
ou candidatos, a escolha deve ser livre por parte de cada cidadão, assim como
preza a democracia.
2)
A igreja toma parte na politica exercendo seu papel de
ajudar o povo a fazer escolhas conscientes usando critérios éticos para
escolher seus representantes públicos.
3)
O pronunciamento público do Pe. Jorge Luís Costa em
guia eleitoral não manifesta em hipótese
alguma a postura da Diocese de Patos na sua participação politica, trata-se de
uma opinião pessoal do padre, e jamais poderá ser usada como posicionamento da Igreja.
4)
A Igreja Católica tem se interessado sempre pela vida
política e buscado um diálogo saudável para o bem das pessoas. Por isso, não
permite a nenhum padre utilizar-se do altar, da pregação e de nenhuma outra
forma de ação religiosa, enquanto padre, para atacar ou indicar, denegrir nem
criticar partido ou político nenhum.
5)
O direito canônico (cân. 285, 3; 286; 287, 2) proíbe o
padre: de assumir cargos públicos que implicam participação no exercício do
poder civil e de ter parte ativa nos partidos políticos.
6)
A missão do Padre é servir ao povo que lhe foi
confiado, construindo unidade e dialogo com todos, tomar partido implica causar
divisão e isto contradiz a missão do sacerdote.
Portanto, desaprovamos publicamente as
declarações politicas do referido sacerdote e qualquer outro membro do clero
que venha a tomar atitude semelhante. A diocese de Patos não tem vinculação
partidária e por isso isenta-se de qualquer indicação a eventuais candidatos. Reafirmamos
a postura da CNBB em nota divulgada sobre as eleições municipais na 50ª Assembleia Geral; “Inspira-nos a palavra do papa Bento XVI ao
afirmar que a sociedade justa, sonhada por todos, "deve ser realizada pela
política" e que a Igreja "não pode nem deve ficar à margem na luta
pela justiça" (Deus Caritas Est 28). Para o cristão, participar do
processo político-eleitoral, impulsionado pela fé, é tornar presente a ação do
Espírito, que aponta o caminho a partir dos sinais dos tempos e inspira os que
se comprometem com a construção da justiça e da paz.”
Lembramos ao povo a responsabilidade em fazer as escolhas
de seus representantes públicos nas próximas eleições de outubro. Votar é
exercer a cidadania, e escolher bem os seus representantes deve ser um
compromisso cristão.
Cúria Diocesana de Patos, 6
de setembro de 2012.
Pe. Damião Rogério de Almeida
Ramos
Chanceler da Cúria Diocesana
Pe. José Ronaldo Marques
da Costa
Administrador Diocesano de Patos