Mensagem de Ano Novo do Administrador Paroquial Pe. Joácio Nóbrega a seus paroquianos
O amor conjugal como resposta à crise matrimonial
O nome «Onófrio» vem da língua egípcia e significa «aquele que é sempre feliz». Filho de Teodoro, rei da Pérsia, que viveu no IV século, foi definido por São Jerônimo, que lhe conheceu, como «o Prodígio do Deserto». Renunciou ao trono para retirar-se a um convento no Egito, conduzindo uma vida rigorosíssima. Desejoso de uma maior solidão, retirou-se para o deserto, onde viveu por 60 anos no mais absoluto ascetismo.
Meus Irmãos e irmãs em
Cristo Jesus, com as benção de Deus e a interseção de Santo Onofre, chegamos ao
fim de mais um ano 2012, começo de um novo ano 2013. É momento de louvar e agradecer ao Senhor por tudo o que
vivemos e pedir sua companhia ao longo do novo ano prestes a se iniciar.Por ocasião do Ano Novo temos o costume de desejar às pessoas os mais
nobres sentimentos para o ano que se inicia. Desejamos, dentre tantos bens, a
paz. Na verdade, a paz, enquanto sentimento e experiência profunda de Deus a humanidade e de
todos para todos. Só se pode encontrar paz onde a totalidade do real se ofereça
e apreenda, sem excluir qualquer dimensão do que somos, sonhamos e vamos
conseguindo.
A meditação
dos trechos bíblicos desta Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus dá-nos
a maior fundamentação desta dádiva de Deus. Ouvimos a antiga bênção, que Moisés
aprendeu do próprio Deus e tão bem ressoa neste começo de ano. “O Senhor volte para ti os seus olhos e te
conceda a paz!”.Foi envolto neste olhar de Deus Pai,
rebrilhante no de uma singularíssima Mãe humana, que o Filho de Deus nasceu no
mundo, como São Paulo referiu em breve versículo de duradoura lição: “Quando
chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho nascido de uma mulher e
sujeito à Lei, para resgatar os que estavam sujeitos à Lei e nos tornar seus
filhos adotivos”. Mas é no Evangelho escutado que podemos
deparar com a autêntica súmula de quanto celebramos hoje. Num rápido esboço
apenas: Contava São Lucas que “naquele tempo, os pastores dirigiram-se
apressadamente para Belém e encontraram Maria, José e o Menino deitado na
manjedoura”. Assim mesmo Os devemos encontrar também, com a urgência que
certamente sentimos. E por aquela mesma ordem: primeiro, viram a Mãe, que O
recebera de Deus, como novo começo e perfeita libertação do mundo. De
Maria e José, os pastores concentraram-se naquele “Menino deitado na
manjedoura”, tudo “como lhes tinha sido anunciado”. Em tal pobreza puderam
entrever a riqueza divina, que assim os libertava de qualquer exclusão que
fosse. Num palácio nasceria um “deus” para os grandes, como o César de Roma,
rodeado de grandíssima corte. Numa manjedoura estava Deus para todos, entre
Maria e José, começando pelos pastores que acorriam.Continuava o Evangelho, “Quando O
viram, os pastores começaram a contar o que lhes tinham anunciado sobre aquele
Menino. E todos os que ouviam admiravam-se do que os pastores diziam”. Ninguém
disfarça um espanto, ninguém sufoca a alegria. Desde então se “começou a
contar” a história viva daquele Menino e sua Mãe. Ou melhor, essa mesma história
se tornou História da Igreja, fermentação persistente da liberdade do mundo.Nessa Historia de Salvarão nós vamos
escrevendo a nossa historia. Fazendo de cada ano, um degrau de experiência e
crescimento, numa luta constante entre: as alegrias e as dificuldades, tristezas e
esperanças, sem nunca desanimar de que o outro dia, outro ano, possa ser
melhor que o que vimemos.
O cristão vive da
esperança. Por isso quando chegamos ao início de mais um ano, percebo nas
pessoas uma alegria realmente sincera. Vejo em cada olhar, um brilho especial,
de quem acredita na felicidade, típico das pessoas que sabem o quanto é
importante não desanimar diante das
dificuldades. Nem sempre as coisas são como queremos, mas elas podem ser melhores ainda do que imaginamos, basta ouvir
a voz de Deus. Na
iminência de um novo ano, fazemos muitos propósitos. Assim agimos porque somos
impulsionados pela esperança de Cristo. É este sentimento que nos faz pensar
positivo, dando-nos força e coragem para enfrentarmos as diversas, e tantas
vezes adversas, situações da vida.
Devemos ser nós
mesmos os construtores do amanhã. De um
novo ano. Devemos ser protagonista deste
momento de expectativa de vida para o mundo novo onde Deus deve tomar a
dianteira deste novo caminho trilhado com muita fé, para que cada vez mais
possamos acreditar num ano melhor capaz
de transpor obstáculos e ser feliz.Por isso, convido a todos
para planejamos mais um ano em nossas vidas, 2013. Onde cada pessoa deve fazer um projeto de vida, um sonho, uma meta,
um caminho para ser executado neste 365 dias de 2013.O nome desse projeto chama-se vida. Vida que é um
presente de Deus. Ela é feita de
momentos felizes e tristes também.. Mas sempre é possível tirar uma lição de
cada um deles...E a principal lição que eu tirei da vida é que devemos amar. A
vida é uma missão, cada um realiza a sua, também é uma balança para ser medida
no final, pois somos imperfeitos, é preciso separar e limpar toda sujeira e
mancha que impregnou durante esse tempo vivido!
Planejamento de vida O planejamento pessoal é a chave para a auto realização e para o
sucesso pessoal – incluindo a motivação e o equilíbrio entre a vida pessoal e
profissional. Planejar a vida não significa adotar uma postura radical e
inflexível, como muitos pensam. Planejar
a vida no sentido cristão é entregar-se a vontade de Deus. “Seja feita a vossa
vontade a assim na terra como no céu “
Objetivos de vida para 2013 Felicidade. O ser humano anseia por felicidade. Ser
feliz. É o que o homem mais busca, de todas as formas e maneiras. Se parar para
pensar, tudo que se faz tem por objetivo alcançar esse sentimento. Todos nós
queremos, precisamos e temos o direito de sermos felizes.
Objetivos específicos. (como conseguir ser feliz,, os passos que devemos trilhar) 1º passo bye bye, preguiça! 2º passo: ficar de bem consigo mesma 3º passo: colocar um pouco de espiritualidade em sua vida 4º passo: resgatar velhos hábitos que a faziam felizes e inventar novos 5º passo: cortar atitudes que não façam bem a você 6º passo: dormir mais horas 7º passo: aproximar-se das pessoas queridas 8º passo: perdoar velhas mágoa 9º passo: reconhecer seu valor 10º passo: manter o foco no agora
Metodologia
(Como atingir a felicidade) Acreditar
que a nossa vida não é melhor nem pior que a de ninguém. Nunca sentir-se maior
ou menor mas igual...Fazer o bem sem olhar à quem e não esperar nada em troca, Procurar
sorrir sempre, mesmo diante das dificuldades e não se envergonhar das lágrimas,
diante da necessidade. Ser humilde, prestar favores sem recompensas, abrir as
mãos e oferecer ajuda; Não Chorar e
sofrer, mas lutar e procurar vencer, sem deixar o cansaço te derrotar, nem o
desânimo e o preconceito te dominar.
Aprender a defender seus ideais e a amar seus semelhantes, a conquistar seus amigos pelo o que você é e não pelo o que querem que seja.Saber ganhar e saber perder, é uma rara conquista, mas você consegue... Tenha fé, acredite em Deus! Viva cada momento como se fosse o último. Faça de sua vida uma conquista de vitórias, uma virtude e aproveite tudo o que ela te der, como uma oportunidade... mesmo sofrendo, sofra amando...
Aprender a defender seus ideais e a amar seus semelhantes, a conquistar seus amigos pelo o que você é e não pelo o que querem que seja.Saber ganhar e saber perder, é uma rara conquista, mas você consegue... Tenha fé, acredite em Deus! Viva cada momento como se fosse o último. Faça de sua vida uma conquista de vitórias, uma virtude e aproveite tudo o que ela te der, como uma oportunidade... mesmo sofrendo, sofra amando...
O Financiador desse projeto (Deus) Ele se revela
em nossa vida através da nossa vida prática. Revela-se no dia-a-dia,
na vida familiar. Deus quer que nos esforcemos para dar o nosso melhor à nossa
família: nosso tempo, esforço, vigor e dinheiro e na Vida física, disposição.
O tempo de vida desse projeto. O percurso durará 365 dias de muita felicidade, 12 meses de amor e carinho, 52 semanas de saúde e prosperidade, 8760 horas de paz e harmonia.
O tempo de vida desse projeto. O percurso durará 365 dias de muita felicidade, 12 meses de amor e carinho, 52 semanas de saúde e prosperidade, 8760 horas de paz e harmonia.
O
caminho de execução “O
caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza.
Viver é lutar por fazer de todos os momentos: Momentos mágicos.. Onde tudo
depende de nós.. perseguir.. descobrir..
Arriscar.. Cair.. Lutar.. Levantar.. Sorrir.. Acreditar no impossível.. Pintar
o Mundo de cores novas.. Ter sede de infinito.. Criar as próprias regras.. Ser
livre.. Viver cada momento.. Sonhar..
Assim concluiremos o nosso projeto
de vida. Rapidinho acabará mais um ano,
2013.Novo projeto terás que fazer . Que
as mão de Deus guiem seu projeto de vida para 2013 , realize na paz, harmonia,
saúde e alegria. É tudo
que lhe desejo neste ano que está
começando.
Feliz e Abençoado Ano Novo de 2013!
Feliz e Abençoado Ano Novo de 2013!
Pe.
Joácio Nóbrega
Mensagem de Ano Novo do Administrador
Paroquial Pe. Joácio Nóbrega a seus paroquianos
Sob a proteção de Nossa Senhora e as bênçãos de Deus, estamos
iniciando mais um ano civil, 2012.
Comparemos este ano que se aproxima com uma viagem... em um
carro chamado vida... em uma estrada chamada sonho... com amores que se chamam
família... com um amigo que se chama Jesus.
É hora iniciar uma nova
viagem. Embacaremos... acreditando nos desígnios e a vontade de Deus.Deixare-nos mundo e dias afora nos conduzir por Deus, na
esperança de que nossos sonhos e desejos
iram se realizar.
Levaremos na bagagem o agradecimento de um ano que termina,
saudades, encontros,vitorias,amores,esperanças,alegrias,entre outros,na
aspiração de acumular mais e melhores
volumes neste novo percurso que teremos pela frente.
O caminho é Longo...feito pelos nossos próprios sonhos...mas
a beleza da viagem depende dos que vão conosco na viagem em busca de um mundo
melhor,cheio de paz,saúde,realizações,compreensão e muito amor.
Deixamos para trás, sonhos que não conseguimos realizar, tristezas,
perdas, invejas,sofrimento,dores,doenças,mortes,solidão,mentiras,fofocas,coisas
que retirarmos para sempre do nosso carro.
O percurso durará 365 dias de muita felicidade, 12 meses de
amor e carinho, 52 semanas de saúde e prosperidade, 8760 horas de paz e
harmonia.
Destacaremos algumas metas para a viagem, tais como: Ter Deus
sempre em primeiro lugar nas nossas vidas, ter um ideal de vida, evitar
tristezas e desilusões, superestimar as capacidades, superar nossos limites,ter
paciência, amar mais,trabalho para todos os passageiros do carro da vida.
Siga sempre em frente motivado pelo otimismo e a esperança, olhando
para frente, sonhando com um mundo melhor a ser desbravado, por uma sociedade
mais justa e fraterna onde todos tenham direito de viver.
Acelere o carro da vida enquanto vamos traçando planos e
objetivos para o futuro,vivendo cada
instante sonhos e certezas de que cada kilomentro deste viagem vai ser
diferente e melhor.
Pare sempre que necessário no acostamento. Der um tempo e
deixe passar as coisas ruins, negativas, capazes de atrapalhar a condução,os planos e os
desejos de uma viagem tranqüila e calma.
Vá passando machas. Para sair use a macha do perdão, perdoando as magoas e os rancores,em
seguida passe a da fé,acreditando no motorista dessa viajem,Deus,corra mais com
a caridade olhando e acolhendo os irmãos e irmãs que encontrarás pelo
caminho,passe a mancha da força de vontade e por ultimo a macha do
dialogo,lembrando da necessidade de dialogar para se chegar mais longe na
história.
No caminho encontrarás chuvas de bênção, ventos de prosperidades,sol de fecundidades,nuvens
de probabilidades,relâmpagos de novos caminhos e luzes de fortunas.
O motorista irá favorecer um tempo... para uma parada
forçada,uma prova,tirar planos fracassados,esforços frustrados,um momento a sós,uma
reflexão Esse tempo pode torna-se grande aliado ou nosso pior inimigo,depende
de cada um em organizá-lo.
Viagem em paz. Paz no sentido bíblico Shalom, um dom
messiânico no mais alto grau e salvação trazida por Jesus. Ela é a completude
da satisfação do ser humano. Em outras palavras,é o preenchimento das condições
mínimas para uma viagem segura e tranqüila.
A viagem continua... vire na curva que se chama
esperança...salte as lombadas das dificuldades e problemas...frei nos empecilhos,abasteça
com o combustível do amor,adquira bagagem bíblica,coloque ar novo nos
pneus,peça a intercessão de Nossa Senhora,passe o cinto da segurança em Deus e
quando chegar no destino da tua viagem agradeça ao motorista chamado DEUS.
Viva esta viagem de 2012 de forma intensa e seja muito feliz.
Feliz e Abençoado 2012 a todos e todas!
O amor conjugal como resposta à crise matrimonial
É notória entre os casais a dificuldade de ajustamento aos novos modelos familiares, com efeito, o choque de gerações, o novo ritmo da sociedade tecnologizada, a crise geral de sentido e de valores, tem deixado a parceria conjugal em profunda crise. São muitos os divórcios, as lamentáveis tragédias (violência, sofrimento dos filhos), durante a separação.
Há um horizonte antigo, mas sempre novo que pode arejar a relação conjugal, pode tirá-la de uma possível crise. Talvez tal elemento tenha sido pouco valorizado, posto que o acento muitas vezes, em termos de matrimônio, é posto na família, ou na Igreja como sustentáculo. Trata-se do amor conjugal, ele precisa ser redescoberto, preciso ser valorizado porque constitui o núcleo da conjugabilidade, é ele que norteia os cônjuges, quem os unifica. Quando amadurecido, transformado em amor de amizade, é capaz de dar novo sabor à relação.
Para os que vivem o amor conjugal a crise não é trágica. É dolosa, mas fará renascer um amor mais maduro, em uma síntese que marcará a vida do casal.
Uma abordagem pastoral que anuncie o amor conjugal nos tempos de hoje não será tão fácil, isto porque vivemos em uma sociedade profundamente individualista, e o amor conjugal é amor de renúncia, de complementariedade, amor-doação em favor do outros. Visto que a complementariedade se dar através da comunhão físico-espiritual-psicológica, o individualismo é forte ameaça para tal amor, porque ele sempre resguarda, não divide, sempre volta o cônjuge para si próprio.
A Pastoral Familiar pode ser a grande esperança da Igreja para levar a diante a sua tarefa de evangelizar as famílias e ajudar os casais em crise a partir de Cristo no amor conjugal. Ele será sinal de Cristo, que amou a sua Igreja e se entregou por ela, anunciará a boa nova do amor conjugal, a necessidade de amadurecê-lo, seja na relação seja no período do namoro, em vista do matrimônio, seja no noivado, seja dentro do próprio matrimônio.
Sem dúvida aprofundar o amor conjugal é produtivo no sentido de lançar novo olhar sobre a relação conjugal, sobre as crises. Estas quando vividas por um amor maduro fará o casal renascer das cinzas em uma nova síntese, sem duvida, enriquecedora para o casal.
Bento Oliveira (Seminarista)
A vida de Santo Onofre

Não houve mais nenhuma notícia dele, até que Panúncio, monge do Egito do século V, desejoso de encontrar os anacoretas do deserto, para conhecer a sua vida e a sua experiência eremítica, de que tanto se falava naquele tempo naquelas zonas, adentrou-se no deserto à busca deles. Depois de duas etapas feitas em 21 dias, absolutamente exausto, sentou-se para repousar. Percebeu, então, uma figura humana de terrível aspecto, recoberta da cabeça aos pés de cabelos e por algumas folhas. Este tipo de «veste» era muito freqüente entre os anacoretas que, habituados a estar sozinhos e vistos somente pelos anjos, já não se preocupavam com as vestes que era algo muito difícil de confeccionar ou substituir no deserto.
Inicialmente, aterrorizado, Panúncio procurou fugir, mas a figura humana o chamou, pedindo-lhe que ficasse. Então, ele compreendeu que havia encontrado aquilo que procurava: um anacoreta. Estabeleceu-se uma confiança recíproca e começaram as confidências. O eremita disse chamar-se Onofre e que estava no deserto há 60 anos, e de nunca mais haver visto ninguém por aquelas partes. Alimentava-se de ervas e dormia nas cavernas. Inicialmente, não foi assim, pois vivia num mosteiro em Hermópolis, junto com uma centena de monges. Mas, desejoso de uma vida mais solitária, a exemplo de São João Batista e do Profeta Elias, deixou o mosteiro para dedicar-se à vida eremítica, adentrando na zona desértica com pouquíssimo para viver. Depois de alguns dias, encontrou numa gruta um outro eremita, a quem lhe pediu de iniciá-lo nesta vida tão singular.
O eremita concordou e o acompanhou num local onde havia um oásis com palmeiras. Esteve com ele durante trinta dias e depois o deixou, retornando à sua caverna. Um vez por ano o eremita vinha fazer-lhe uma visita e confortá-lo. numa destas visitas, quando chegou e se inclinou para saudá-lo, caiu e morreu. Cheio de tristeza, Onofre o sepultou num local próximo ao seu retiro.
Onofre depois contou a Panúncio como ele se adaptava à mudança das estações, como resistia às intempéries e como se sustentava. Em experiências místicas, ele sabia que um anjo o sustentava e lhe portava a Eucaristia todos os domingos.
Continuaram as suas conversas espirituais até que o anacoreta lhe disse: «Deus te enviou aqui para que tu dês conveniente sepultura ao meu corpo, pois cheguei ao fim da minha vida terrena». Panúncio propôs a Onofre de tomar o seu lugar, mas o eremita respondeu que não era esta a vontade de Deus. Ele deveria retornar ao Egito e contar aquilo de que tinha sido testemunha. Depois de haver-lhe abençoado, ajoelhou-se em oração e morreu. Panúncio o cobriu com uma parte de sua túnica e o sepultou numa brecha da rocha.
Panúncio o descreve como um homem humilde, de face benigna, nu, mas recoberto de cabelos longos. Segundo Panúncio, Onofre narrou-lhe como ele vivia antes no mosteiro, como fazia o bem aos pobres, sobretudo aos órfãos e as viúvas. Mas, um dia, uma mulher se aproximou dele e eles permaneceram juntos numa cela por um ano e quatro meses. Depois, percebendo a gravidade do pecado cometido, disse:
«Ai de mim, ai de mim! Que responderei ao Senhor? Homem miserável eu sou! Como poderei estar diante do justo juiz? E eu mesmo me disse: ‘Levanta-te, levanta-te, miserável e foge!’ É melhor abandonar todas as coisas daqui e fugir ao pecado. E fugindo dali, encontrei esta palmeira e esta caverna e aqui estou em solidão».
Pensou que seria um maior prazer para Deus se ele se dedicasse à vida de oração no deserto. Assim, ele se alimentou dos frutos da palmeira, mesmo permanecendo a saudade do sabor do pão. Relatou ao amigo Panúncio como, no início, ficava turbado por causa da solidão e da própria fraqueza física. Mas, quando se sentia fraco, rezava e fazia sacrifícios, pedindo ao Senhor que expulsasse dele o sofrimento e a dor. Muitas tentações e batalhas teve que enfrentar, muitas fadigas, sofrimentos e penas... Tudo para que o Senhor perdoasse os seus pecados.
A «Vida de Santo Onofre» escrita por Panúncio é conhecida em diversas recensões orientais: grega, copta, armena e árabe. O livro apresenta um elogio sobre a vida monástica cenobítica e, ao mesmo tempo, uma apresentação do estado de vida mais perfeito: a solidão do deserto. Panúncio conclui a sua biografia de Onofre dizendo que ele morreu no dia 11 de junho. Contudo, Onofre é celebrado pelos bizantinos no dia 12 de junho. Antônio, arcebispo de Novgorod, diz que, no seu tempo (1200), a cabeça de Santo Onofre era conservada na Igreja de Santo Acindino, no Egito.
O seu culto e a sua memória espalharam-se por vários países da Ásia e no Egito. Os calendários litúrgicos destas regiões trazem a sua festa no dia 10 ou 11 ou 12 de junho. Em árabe, ele é chamado de Abu Nufar (o Herbívoro), nome que se lhe adapta perfeitamente. A imagem de Santo Onofre anacoreta nu, recoberto de cabelos, foi a forma que a arte sacra encontrou para representá-lo. Depois, foram sendo acrescentados algumas particularidades narrativas, como as folhas, o cantil, o camelo, a cruz, a hóstia e o cálice, e o anjo.
No Ocidente, Santo Onofre é conhecido, sobretudo, porque é padroeiro de Palermo, na Sicília, Itália. Com as migrações italianas, a devoção a Santo Onofre se espalhou pelo mundo. O Santo é chamado pelos palermitanos de Santu Nofriu lu Pilusu (Santo Onofre, o Cabeludo) por causa da cabeleira e longa barba.
Em Palermo, há registros do ano 1548 em que a Confraria de Santo Onofre costumava, por ocasião da festa do patrono, celebrar o matrimônio de dois casais. Assim, na Itália, como em várias outras partes do mundo, o dia 12 de junho é dedicado aos namorados. Surge, então, na folclorística, as famosas novenas feitas pelas moças dedicadas a Santo Onofre para pedir um bom marido. Antigamente, as moças que procuravam marido, por nove dias seguidos, recitavam de joelhos a seguinte ladainha:
Santu Nofriu lu pilusu – Santo Onofre, cabeludo
Iu vi prego di ccà gliusu – Eu vos peço daqui debaixo
vui na grazia m’ati a fare – Vós, uma graça, me deveis fazer
un maritu m’ati a truvari – Um marido me deveis encontrar.
Contudo, Santo Onofre é venerado, especialmente, como o Santo das coisas perdidas. As pessoas a ele se dirigem para encontrar objetos perdidos, suplicar saúde, trabalho e serenidade na família. Em Roma, num bairro chamado Gianicolo, há uma igreja dedicada a Santo Onofre construída no século XV. Toda a vida de Santo Onofre é representada em 15 tábuas que a Confraria de Santo Onofre mandou pintar no século XVI e são conservadas como objetos de rara beleza e preciosidade.
No Abruzzo, região da Itália, existe um monastério dedicado a Santo Onofre desde o século XIII. O frade eremita Pietro Morrone, depois papa Celestino V, viveu neste monastério em meio às montanhas. E na Região da Calábria, há um município com o nome do santo.
Colaboração de Ismael (Seminarista)